Oss!

          Ao longo do tempo em que escrevo aqui na internet, tenho percebido que dos muitos adeptos de Karate-Do, independente do estilo que praticam, todos puxam o valor apenas para o seu estilo acima dos outros estilos, ou seja, o individuo muitas vezes se porta educadamente diante de outros adeptos de Karate, mas ele não tem em mente que o estilo dele é tão bom quanto os dos outros, mas sim crê que seu estilo é o melhor e que determinados estilos seriam inferiores ao dele ignorando assim, que o estilo que ele pratica é o melhor pra ele em termos de identificação pessoal com o uso do Karate em si dentro daquela estratégia de uso planejada pelo fundador e pelos mestres que ao longo dos anos tem treinado e ensinado aquele estilo que ele pratica, mas não necessariamente ele deve identificar aquele estilo que ele pratica como o melhor e o resto seja inferior,

        Por outro lado ao dizer que o Karate-Do é um só, não afirmo que não hajam diferenças entre as suas escolas e suas características, mas sim que as técnicas que todos os estilos usam, transitam de uma forma ou de outra em todos os estilos em virtude da raiz ser uma só. Daí o que tanto explico sobre a minha ótica no meu trabalho sobre o uso inteligente do estilo Shotokan fora dos padrões esperados pelos outros adeptos de outros estilos de Karate e que saem de um padrão formatado  pelas escolas e seus programas de estudos formais da movimentação no estilo e que as vezes espantam alguns do próprio Shotokan Ryu.

Não vejo nada de errado no padrão oficial e formal das escolas Shotokan, mas creio que o estudo pessoal particular do adepto possa contar com uma versatilidade mental maior e que permita o individuo introduzir na prática do estilo, um tipo de exercício que  venha a naturalizar o uso de algumas técnicas que constam nos Kata Shotokan ou mesmo em seu currículo desde sempre, que por sua vez são as tais técnicas e bases menos exploradas nesse estilo, mas que são do Karate em si e que por mais que não tenham tanto destaque nesse estilo e apareçam mais nos outros, estão lá no Shotokan Ryu! E por isso mesmo creio que uma visão diferenciada deve existir na mente dos adeptos desse estilo em seus estudos particulares, pois existem situações que fogem do padrão clássico treinado no estilo que a realidade pode nos exigir que venhamos a usar a arte em si como um todo.

           Lembrem se que os mestres que admiramos como Hirokazu Kanazawa entre outros trouxeram o Shotokan Ryu a luz para nós mais fluido, mais amplo e profundo, mas ainda assim todos para chegarem a tais conclusões tiveram a mente muito mais aberta que outros mestres e esse é o nosso papel também e não apenas repetir na nossa prática pessoal apenas mais um padrão. A arte é maior que nós e não há ninguém acima do bem e do mau nessa história toda sendo assim todos capazes de prosperar no estudo dessa arte marcial.

Tenhamos os vários mestres como referências, ídolos e como ponto de apoio para os nossos estudos particulares de Karate-Do Shotokan Ryu, mas não os vejamos como deuses inalcançáveis por nós, pois essa mística em cima desses mestres não nos acrescentou nada jamais. Somos todos seres humanos capazes de pensar e chegar a boas conclusões para nós na prática do Karate-Do e isso vale para todos os estilos e artes marciais e num mundo globalizado como o de hoje é nosso papel sermos adeptos da arte  de uma forma pensante e não apenas repetir só o padrão estabelecido. Reparem para o (só) na frase ou seja, não falo para abandonar as práticas formais ou desdizerem seus professores, mas sim que venhamos a praticar a arte de modo formal como manda o figurino sem nada alterar ou mudar nos fundamentos dos kata, kihon e kumite da escola a qual somos ligados, mas que em nossas práticas pessoais a coisa vá além e que venhamos a ver o Shotokan nos estudos pessoais e nas ruas não apenas como vemos na nossa escola, mas sim como um todo com a contribuição de cada mestre desse estilo que por sua vez, se permitiram olhar para as raízes da arte em Okinawa e China.

 

 

 

Oss!

Sensei Allan Franklin  

.