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Título 2

A luta pelas artes marciais tradicionais e o mundo contemporâneo

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            Oss!

          Desde o início da minha caminha nas artes marciais que encontro obstáculos. Encontro Obstáculos financeiros, obstáculos para encontrar local certo para estudar uma arte marcial  como até a melhor escolha de uma arte marcial para  eu estudar e obviamente, os obstáculos para compreender e verdadeiramente entender suas técnicas.

Acredito que este último seja o ponto principal dessa reflexão que trago hoje, ou seja, o quanto aqui no ocidente e Brasil já que o brasileiro se coloca no assunto como o mais crítico e questionador da eficiência das artes e estilos tradicionais e principalmente as artes que possuem Kata e formas, estamos aprendendo verdadeiramente as artes e sistemas que escolhemos estudar e representar? Será mesmo que temos o poder de avaliar escolhendo o que funciona ou não em ação somente dentro de avaliações as quais se firmam no que conseguimos aplicar em realidade ou de fato como creio, há aí toda uma problemática por trás de tudo isso, que nos trás uma incômoda realidade de que nem tudo compreendemos e dominamos bem como alguns asiáticos nas artes que praticamos e isso justamente devido ao fato de diferenças culturais pensamentos?

         

           Hoje esse pensamento é rejeitado e esmagado pela grande maioria que se nega a acreditar  aqui no Brasil, em qualquer técnica, aplicação mais elaborada em demonstrações e vídeos dessas artes e sistemas. Infelizmente a mente da maioria das pessoas está condicionada a descrer de tudo que fuja a metodologia do Boxe, ou seja, socos curvos e sua metodologia, assim como ainda há a mania de endeusar o Jiu Jitsu brasileiro não havendo uma amplitude de pensamento com relação a outras formas de uso do corpo que saia disso aí. Chutes, cotoveladas e joelhadas só são aceitos como eficientes se forem feitos ao modo do Muay Thai, pois ainda que você mostre que aquelas artes que eles abominam que possuem Kata e formas possuem essas mesmas técnicas, infelizmente muitos não dão credibilidade.

           Mas eu diria que o pior de todo esse quadro é a triste realidade daquele profissional que desqualifica a própria arte ou sistema tradicional que pratica e que acaba valorizando mais as artes envolvidas como MMA já citadas no texto, buscando loucamente querer aproximar sua arte aos aspectos do MMA. É sobre a realidade da luta pela arte ou sistema tradicional que falo aqui neste meu trabalho com o Karate-Do Shotokan Ryu e seu potencial, pois infelizmente contar com apoio dos nossos próprios mestres e representantes mais graduados de modo público para que trabalhos de conscientização como o meu e de tantos outros ganhem força, não é fácil.

             Posso afirmar que existem altos profissionais em qualidade técnica e currículo que apoiam minha visão e trabalho, mas muitos acabam não se sentindo a vontade  para dar qualquer apoio público ao mesmo. Seria importante ressaltar que dar qualquer apoio a mim, não significa assinar em baixo de que eu deveria ter mais Dans, que eu sou algum mestrão etc, mas sim é apoiar um bom soldado que faz muitos outros adeptos pensarem de modo inteligente ou fora da caixa dentro dessa arte marcial tradicional.

Na sexta feira passada dia 06/03/2020 o grande Sifu Leo Imamura  representante numa live em seu canal do YouTube me citou assim como o meu trabalho dando apoio publicamente a mim e a todos que como ele mesmo disse, fazem um trabalho importante na internet com relação as artes marciais.

           É disso que falo, tal apoio não nos coloca acima de nenhum outro profissional nem muito menos acima dos mais graduados só pelo fato de termos tido determinadas iniciativas com o conhecimento das artes marciais que praticamos, mas sim mostra que tais artes não precisam ser direcionadas de modo mecânico, mas sim devemos sim acreditar nos nossos próprios sistemas, artes e estilos pensando fora da caixa para que como eu mesmo disse na live ao Sifu Leo Imamura, não venhamos a praticar e repetir padrões sem haver arte marcial alguma em ação.

           Portanto vamos refletir que tipo de questionamentos existem hoje, em cima das artes marciais tradicionais para que então vejamos que há muito em questão, quando falamos de artes marciais tradicionais e o mundo moderno. O fato de termos técnicas mais complexas de serem executadas a rigor numa luta real ou mesmo técnicas mais vistosas, não significa necessariamente em primeiro lugar que tais técnicas sejam ineficientes em aplicações reais diante de lutas reais, mas que só funcionem em demonstrações e no cinema, ou mesmo que sejam meros movimentos mais equivalentes ao Balé do que funcionais para uma luta!

          Eu lhes diria que a descrença que existe aqui no ocidente e em especial no Brasil na atualidade, se deve muitas vezes a incompetência na compreensão dessas artes e técnicas por aqui, pois eu particularmente não sou um São Tomé, ou seja, descrente total tendo que ver para crer como a maioria é trazendo assim quase que uma obrigatoriedade de um massacre do companheiro de demonstração ou aluno, para então ver  na prática e admitir que de fato tal arte ou técnica possui real valor!

           Contrariamente a isso sigo a  lógica de que aqui no ocidente as pessoas pensam diferente. Quer dizer, as técnicas  estão aí, existem e tem suas funcionalidades a séculos na Ásia, mas eu lhes perguntaria; temos um grande número de profissionais que aprenderam na fonte ou seja, nos países de origem dessas artes que tenham qualificação a rigor para nos passar tudo aquilo que vemos de mais incrível nos vídeos e demonstrações? E mais! Temos uma leva grande também de alunos realmente dispostos a ter paciência para repetir, repetir e repetir as técnicas e maneiras de execuções dessa ou daquela técnica para que então funcionem bem fora do óbvio que geralmente é o básico e mais usado por todos por serem as técnicas mais diretas e objetivas e que por sua vez, trazem a acomodação e zona de conforto? Acredito que não sejam os de maior números em caso de professores qualificados e alunos dispostos a aprender a fundo o que estudam.

            Diante disso não temos em maioria, profissionais que caminharam nessa direção do mais complexo e muito menos um público que procura isso. Isso tudo somado as derrotas vistas nos anos noventa dos ditos “melhores representantes” das outras artes marciais que lutaram com Royce Gracie que inclusive ninguém conhecia aqui no Brasil tais representantes dessas outras artes, ainda temos esse ranço do descrédito ao Karate, Kung Fu, Aikido etc.

Portanto se sua demonstração for puxar a mão na cintura, socar em linha reta e tiver movimentos ricos, esteja certo de que a maioria irá subestimar sua demonstração não crendo ser funcional, pois saiu do óbvio que vemos no MMA, é logo tido como firulas ineficientes ou fantasias cinematográficas.

          Devemos olhar com mais atenção para a questão e perceber que sim, se faz necessário pegarmos o que estudamos em qualquer caminho tradicional e trazermos a luz do mundo atual se permitindo se ver e experimentar em estudos e treinos amistosos experimentar tais artes tradicionais diante do Boxe, Muay Thai etc para que então, venhamos a repetir o processo que esses lutadores fizeram, ou seja, se prepararam para lutar contra qualquer tipo de ataque diferente dos que existem nas suas próprias artes de combate! Devemos sim estudar e treinar a rigor nossos sistemas repeitando a tradição, mas adequando a realidade que se depara na nossa frente no mundo contemporâneo.

Sendo assim, independente do grau e conhecimento do indivíduo, se ele tem uma mente humilde, consciente de que pouco sabe, mas possui acima disso tudo uma mente aberta e ampla, tudo flui a favor dele na pratica de sua arte marcial. E é por isso que pessoas como eu e outros acabam tendo o apoio de grandes profissionais como o Sifu Leo Imamura assim como também possuo elogios e apoio de alguns altos profissionais do Karate-Do Shotokan Ryu que não se pronunciam publicamente, mas seus apoios chegam direto a mim de uma fora ou de outra me incentivam a continuar esse trabalho falando do Karate-Do e artes tradicionais.

             Oss!

             Sensei Allan Franklin

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