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Oss!

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Toda a estrutura das artes marciais é movida por uma força. Essa força move o mundo desde que saímos das cavernas e formamos nossa sociedade e com isso, cada vez mais nos estruturamos como sociedade e com o tempo, chegamos aos resultados magníficos dessa força que nos trouxe os primeiros traços de tecnologia. Sim, falo da inteligência humana a qual é responsável por toda e qualquer revolução na vida social do homem.

As artes marciais só assim são consideradas, ou seja, artes, em virtude de que realmente em tudo podemos encontrar arte e beleza nela. Como conduzimos essa ou aquela arte, já seria outra história, pois por exemplo a música é a mais bela das artes, mas há quem conduza a música da pior forma trazendo apenas uma busca pessoal por dinheiro e com isso, este não mede o estrago social que trás para outras pessoas e para a sociedade humana que por sua vez, na atualidade relativiza tudo e para tudo descobre uma manobra para abafar e maquiar o erro naquilo para então, justificar o erro da existência daquele tipo de música.

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Hoje as artes marciais vivem essa realidade também que é o uso da verdade que foi o fato delas terem sido usadas em campos de batalhas assim como foram ferramentas de guardas imperiais e soldados de um modo geral, para alegarem que só esse espírito seja a realidade da existência das mesmas, quando em realidade, o intuito desses é passar por cima de outro fato histórico na caminhada das artes marciais, ou seja, o nascimento das mesmas em templos religiosos e com isso, automaticamente um valor moral as acompanhando que são primordiais nos dias de hoje serem retomados.

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Você assim como eu, não precisa ser alto entendedor da arte que pratica para saber que o que pode conduzir a sua prática com mais segurança é justamente a inteligência, porque as artes marciais não são instrumentos para homens exclusivamente fortes oprimirem os fracos!Assim como elas não servem exclusivamente também para os valentes e extrovertidos oprimirem os inseguros introvertidos, mas sim servem para todos! É importante sermos conduzidos pela nossa inteligência na prática marcial, pois vejamos um exemplo dado numa live feita por mim no Instagram na semana passada que abordou o tema, “As semelhanças e conexões entre Karate-Do e Wing Chun” que por sua vez, alguns que não viram a live, tomaram a ideia de que eu falei do uso do Wing Chun dentro do Karate-Do e não foi isso! Quem viu a live entendeu que mostrei as semelhanças que existem entre as duas artes mostrando assim, que muitas das técnicas e partes do corpo que usamos no Karate-Do assim como determinados princípios inteligentes que eles usam mais, temos também e que é inteligente da nossa parte, uma vez que a estrutura é quase  mesma na movimentação, captarmos isso e adotarmos determinados pontos fortes que esse sistema inteligente têm e sabermos usar dessa forma também.

Isso é um dos traços e características do que se trata a inteligência marcial tão profundamente também esplanada pelo próprio Sifu Leo Imamura do Wing Chun.

 

A reflexão especificamente que trago referente a inteligência marcial no meu trabalho em especial, faz você pensar no uso do Karate-Do Shotokan Ryu e toda a sua movimentação, opções técnicas e riqueza, observando no outro o que temos na arte para que novas formas de uso do que temos sejam captadas por nós para que cada vez menos existam brechas para a falha diante do diferente.

Quando uma arte, estilo ou sistema surgia na Ásia, aquilo era resultado de estudos movidos pela inteligência humana diante da arte do combate e com isso, tal arte, estilo ou sistema que surgia, surpreendia o que já existia, mas a partir do momento em que aquela arte já não era mais novidade, o que ocorria? Ela era superada, pois não era mais um fator surpresa e defesas, artifícios e reações eram criadas contra as ações daquela arte, estilo ou sistema como um antídoto para eliminar ou neutralizar a ação daquela já antiga novidade.

 

E é justamente por isso que tanto falo que não há uma arte melhor que outra ou superação de uma arte marcial sobre outras que seja definitiva, pois foi isso que ocorreu na década de noventa, quero dizer, os já desgastados estilos e artes marciais tradicionais como o próprio Karate-Do, Kung Fu etc foram superados por uma inteligência marcial e estratégica que vimos no Jiu Jitsu brasileiro dos Gracies que por sua vez, hoje assim como o Karate e tantas outras artes naquela época que estavam desgastados e imersos no universo esportivo apenas, vemos esse grande sistema que é o Jiu Jitsu brasileiro por vezes sucumbir diante de outras artes marciais por já não serem o efeito surpresa mais.

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Por esses detalhes que o tradicional Karate assim como qualquer outro estilo de Karate ou arte marcial dita tradicional de modo geral, deve proceder, pois, basta de nos fecharmos em nós mesmos crendo que nosso sistema ou estilo será auto suficiente contra outras artes e métodos diferentes do nosso, enquanto só treinamos e pensamos de modo reto sem olhar para os lados. Podemos aprender muito de Karate-Do Shotokan Ryu e suas raízes olhando para trás como fizeram Kanazawa Sensei e Asai Sensei observando o Karate praticado em Okinawa e até nas artes chinesas.

Quando observamos as características de uso do Karate em Okinawa e das artes marciais chinesas, vemos que a movimentação em si dessas artes são as mesmas obviamente pela estrutura histórica que praticamos no Shotokan Ryu, mas o direcionamento que os japoneses deram ao uso desses movimentos e em alguns casos até uma dureza e falta de flexibilidade que alguns deram a prática do Karate no Japão, afastou qualquer possibilidade de fluidez e um uso mais solto na prática do Karate-Do Shotokan Ryu e a partir de Kanazawa e Asai, as coisas mudaram e uma possibilidade maior de fluidez nesse estilo foi possível constatarmos e buscarmos.

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É disso que falo, ter uma flexibilidade mental que nos permita vermos possibilidades de não só buscarmos nos variados estudos do Bunkai aplicações diversas, como até mesmo termos uma mente aberta que nos conduza ao melhor diante do diferencial que esteja a nossa frente. Ser socado por um boxeador é totalmente diferente de ser socado por outro adepto do Karate! Então a inteligência marcial envolve pensar e fazer o diferente dentro do próprio tradicional. O pensamento de que o nosso aluno deve ter uma autonomia para pós aprendizado firme da arte, estilo ou sistema, ele dê vida aquela arte, estilo ou sistema no corpo dele de acordo com suas próprias características e condução dos seus próprios pensamentos, pois uma arte, sistema ou estilo nada mais são do que instrumentos para uma mente inteligente tendo um corpo forte para o uso das propostas dessa arte, sistema ou estilo, diante da violência do outro, acaba sendo fundamental para que então esta arte marcial tradicional seja bem sucedida em ação real.

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Quando nas artes marciais tradicionais que são riquíssimas e completas, houver a consciência de que deve existir uma mente aberta por parte dos seus adeptos e que os mesmos sejam conduzidos de modo inteligente a observar outras artes e estilos, mas não para  serem novos adeptos dessas outras artes marciais ou mesmo obrigatoriamente misturarem tais artes, mas sim para  que aprendam mais das suas próprias artes marciais sendo estrategistas, tudo para o lado do tradicional vai melhorar e não haverá mais uma onda de subestimarem e ridicularizarem o Karate-Do e nenhuma arte marcial tradicional.

A inteligência marcial é o caminho da vitória.

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Oss!

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Sensei Allan Franklin