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Talvez o maior dos problemas de todas as escolas tradicionais orientais tenha sido justamente a falta de visão e aceitação da necessidade da adaptação de novos elementos e treinos no programa de treino e estudo.

Infelizmente como já disse antes, no caso do Karate-Do japonês a ânsia da transmissão da arte e sistema Shotokan com demasiada preocupação com a organização para tal, tenha afastado a preocupação com a realidade da espontaneidade do combate livre que por sua vez, tem características imprevisíveis.

Quando treinamos e estudamos nosso sistema contra o nosso próprio sistema, corremos o risco de cairmos no mesmo vício o qual nossa arte e estilo estão condicionados já a décadas e isso faz com que não venhamos a experimentar o uso dela diante de ataques diferentes, situações mais desconfortáveis que não estamos habituados e assim vai.

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Portanto penso que a prática do Karate Shotokan com outras artes marciais e sistemas específicos de combate é muito construtivo para o adepto da nossa arte ter um panorama diferenciado do que ele já está acostumado.

Como se já não bastasse os outros adeptos de artes marciais ampliando sua forma de enxergar a arte do combate por aí como o pessoal do Jiu Jitsu que interage com o pessoal do Boxe ou do Muay Thai, soube por exemplo, de um adepto de Jiu Jitsu que busca no Aikido e incorpora tais técnicas ao seu Jiu Jitsu pessoal. Eu perguntaria, o quanto isso pode estar ocorrendo por aí?

Assim ocorrerá cada vez mais e por mais que o Karate seja auto suficiente contra qualquer arte marcial quando amplamente vivenciado e treinado, acredito que se não houver a busca dos adeptos da nossa arte para conhecer essas outras artes marciais e depois de conhecerem tais artes, se não interagirem com elas, o quadro não mudará.

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E trazermos qualquer tipo de estudo e treinamento paralelo ao estudo e treinamento tradicional das nossas escolas Shotokan, pode ser muito saudável para uma continuidade de existência da nossa arte no mundo atual de modo eficiente e inquestionável! Trazer esse assunto e estudo para o nosso universo, mas com a preocupação de nada mudar estruturalmente na arte ou estilo, faz com  que cresçamos. Reflita tal realidade, pois isso pode por incrível que pareça, fazer com que muito mais venhamos a enxergar do potencial da nossa arte marcial do que imaginamos! No mundo do passado as ditas tradições nasciam e se fortaleciam dentro de um quadro, ou seja, dentro da realidade do povo local, estrutura social e condições daquelas sociedades. Hoje o mundo é outro e interagimos uns com os outros em termos de intercâmbio entre nós adeptos de artes marciais muito mais do que noutras épocas em que tudo era distante e difícil. Por isso ficar cego a realidade dessa necessidade é prejudicial a nossa arte marcial.

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Se uma arte marcial é estudada de maneira uniforme sem a preocupação com o diferencial, o pensar diferente o agir sem forma clara etc, ela perde seu espírito marcial.

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Pense nisso e cresça com a prática do Karate-Do Shotokan Ryu com a ótica marcial!

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Oss!

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Sensei Allan Franklin